quinta-feira, 31 de março de 2016

MECANISMOS DA MEDIUNIDADE - PARTE 2


MECANISMOS DA MEDIUNIDADE - PARTE 2Autor Espiritual: André Luiz
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Sinopse: Eurípedes Kühl
Realização: Instituto André Luiz
fonte: http://www.institutoandreluiz.org/sinopse_mecanismosmed_2.html

MEDIUNIDADE E ELETROMAGNETISMO
8.1 – Mediunidade estuante
O cobre, a prata, o ouro e o alumínio têm elétrons livres facilmente separáveis do átomo e por isso são chamados condutores. Tal separação se dá por pressão elétrica e nisso ocorre algo bem interessante: cada átomo, ao se ver sem o elétron, imediatamente busca um outro elétron de reposição, do átomo seguinte. Essa ocorrência determina a direção da corrente elétrica. Isso deixa os átomos em harmonia.
Os médiuns com sensibilidade psíquica exacerbada, para se transformarem em tarefeiros de Jesus, carecem de educação mediúnica, para que não mais se vejam entrelaçados na teia das vibrações mentais com as quais tenham afinidade.

8.2 – Corrente elétrica
O ímã e suas propriedades são valiosos elementos de comparação em assuntos referentes a campos magnéticos. Limalhas de ferro ou aço são atraídas para o ímã e essa atração obedece invariavelmente a um posicionamento voltado no sentido e na direção do pólo norte da Terra.
A corrente elétrica é a única fonte de magnetismo de conhecimento humano do homem, encarnado ou desencarnado... E a corrente mental, nisso, guarda alguma semelhança com a corrente elétrica.
A eletricidade vibra em espaços infinitamente reduzidos e os elétrons (ah!, os elétrons...) realizam “saltos” ao redor do núcleo (movimento de translação) e sobre o próprio eixo (movimento de rotação). As partículas que mostram esses movimentos produzem efeitos que são chamados de “spins” (Spin: do Inglês to spin = fazer girar).
NOTA: Oportuno lembrar que o Autor espiritual refere-se à pujança do dinamismo universal, aqui tecendo considerações sobre espaços e dimensões situados no micro.

8.3 – “Spins” e “domínios”
Spins são movimentos giratórios que acontecem nas camadas atômicas.
Podem ter natureza positiva ou negativa e se compensam. Isso não ocorre em todos os elementos: o átomo de ferro, por exemplo, tem quatro “spins” desajustados nas camadas periféricas e esse átomo, ao se reunir a um outro átomo de ferro, ambos se conjugam, formando espontaneamente ímãs microscópicos — os “domínios”.
“Domínios” se mostram irregulares e desordenados, mas quando conjugados, alinham-se e se ajustam espontaneamente.
Quando acontece essa interação atômica os spins encontram uma barreira formada pelo atrito dos campos magnéticos próprios. Mas, havendo aumento da intensidade magnética eles (os “spins”) se alinham e ocorre padronização da orientação de todos.
Esse fluxo magnético tende a aumentar na proporção do aumento do campo magnético. Quando todos os “spins” de um determinado material se projetam na mesma direção, temos que esse material está saturado.

8.4 – Campo magnético essencial
“Domínios”, quando associados, produzem linhas de força formadoras do campo magnético essencial, que pode ser facilmente demonstrado por uma agulha magnética.
Um pólo magnético colocado a um centímetro de outro pólo igual cria repulsão ou atração, cuja força equivale a um dina, cuja massa magnética unitária é designada de oersted.
NOTA: Oersted: unidade eletromagnética de campo magnético. A denominação homenageia Hans Christian Oersted, físico dinamarquês (1777-1851), que numa célebre experiência descobriu o campo magnético criado pelas correntes elétricas.
Num campo magnético cujas ações horizontais sejam diferentes das verticais isso provoca grande intensidade.
Nos elementos de “spins” compensados os respectivos ímãs microscópicos se mostram em equilíbrio. Já elementos com “spins” descompensados nas camadas periféricas do átomo essa harmonia (ou saturação) não acontece.
Nosso planeta possui substâncias magnéticas naturais.
O ferro, o aço, o cobalto, o níquel e as respectivas ligas — em especial o ferro doce — podem ser artificialmente imantados (magnetizados), cujo efeito durará apenas sob a ação magnetizante. O aço temperado mantém a imantação por mais tempo.

8.5 – Ferromagnetismo e mediunidade
O ferromagnetismo se presta ao estudo da mediunidade, naturalmente após as considerações feitas sobre circuitos elétricos e efeitos magnéticos.
Pessoas normais têm seus “spins” mentais em equilíbrio e com isso suas emoções comuns são entrosadas e harmônicas.
Por outro lado, aqueles cujos “spins” se mostram descompensados carregam consigo mesmos condições mediúnicas ou situações que exigem auxílio de correntes de força que lhes dê equilíbrio. Interessante notar que isso pode acontecer com almas abnegadas (por exemplo: missionários desencarnados em difíceis tarefas nas regiões umbralinas, onde comparecem para auxiliar ao próximo ali estacionado; ou, ainda, almas desajustadas, em penosos processos regeneradores).
Deduzimos, pois, que mentes equilibradas e afinadas com o meio material têm reduzido campo magnético; já os Espíritos muito experientes são rodeados por intenso campo magnético, sejam os devotados ao bem como os que trilham pelos caminhos do mal.

8.6 – “Descompensação vibratória”
Mediunidade ou capacidade de sintonizar constituem patrimônio de todos os homens.
E todos possuímos campo magnético próprio, de alta intensidade, demonstrando “descompensação vibratória”.
Esse estado tanto pode ser o daqueles Espíritos voltados para a prática do bem, quanto o das almas que infelicitaram a si mesmas, pelas transgressões das Leis Morais.
No mundo, assim, encontraremos criaturas de pequena ou grande existência terrena, umas trazendo contribuição para o programa da Humanidade e outras, em situação oposta, purgando delinqüência em penosos lances expiatórios.

9. CÉREBRO E ENERGIA

9.1 – Geradores e motores
A força eletromotriz é criada por geradores e potenciada por motores.
As máquinas elétricas têm enrolamentos imbricados (fios superpostos, uns aos outros) ou ondulados, existindo diversos aparelhos dessa espécie.
A maioria dos geradores são auto-excitados, isto é, a corrente elétrica os induz à geração de energia.
Da mesma forma a atenção ou desatenção do médium criará energia mental e a respectiva expansão.

9.2 – Gerador “shunt”
(“Shunt”: do Inglês = derivado)
Num gerador “shunt”, quando o interruptor é ligado o induzido começa a girar, forma-se campo de magnetismo residual e então surge pequena energia eletromotriz. Se o interruptor for fechado a força eletromotriz que havia se formado se transforma em força magnetomotriz, no mesmo sentido do magnetismo residual.
Quando a força eletromotriz alcança a maior potência a voltagem pára de se elevar ao ser atingida a saturação.

9.3 – Frustração da corrente elétrica
Se a corrente elétrica de um gerador não se modificar ocorrerá frustração:
- por ausência de magnetismo residual (aparelhos novos ou em desuso por tempo longo);
- por inversão das ligações no circuito do campo, pois assim como o magnetismo residual no campo “shunt”, ligado à armadura deriva ação naquele campo, a forma eletromotriz será gerada pela corrente elétrica e adicionada ao campo residual
(Armadura: em eletricidade = pedaço de ferro que estabelece a ligação dos pólos de um ímã);
- muita resistência por parte do circuito do campo, podendo surgir causa de ligações inconvenientes ou sujeira acumulada na máquina.

9.4 – Gerador do cérebro
O cérebro, por analogia, no nosso estudo, contém um gerador auto-excitado, que realiza, na sua intimidade, gama expressiva de tarefas: geração, excitação, transformação, indução, condução, exteriorização, captação, assimilação e desassimilação da energia mental.
Inexiste, na Terra, um aparelho capaz de tal desempenho.
O cérebro encerra em si mesmo células especiais que se constituem em usinas microscópicas a acionar motores de sustentação para o corpo todo.
Os implementos miniaturizados da eletrônica dão pálida idéia da ação daquelas ínfimas usinas instaladas no cérebro.
Pois é nessa prodigiosa área (cerebral) que a matéria mental, ao comando constante do Espírito, produz correntes que se exteriorizam, durante a vida toda e mais se mostra na aura do homem, em ação e reação contínuas.
Nesse ponto o Autor espiritual lembra que o gerador comum atinge atividade máxima conforme a resistência encontrada no campo, perdendo força quando da saturação.
Partem do cérebro ordens e decisões, cujos resultados gerarão débito ou crédito ao responsável — o Espírito imortal.
No córtex estão a sede dos sentidos, os centros da palavra escrita e oral, a memória e os vários automatismos biológicos, tudo conectado à mente. E ainda, a memória profunda, respondendo pelo discernimento, pela análise, pela reflexão, pelo entendimento e pelos valores morais de cada indivíduo.
As correntes mentais formadas de átomos semelhantes visitam e circulam por todas essas províncias físicas, da mesma forma que as correntes elétricas circulam pelos vários aparelhos, neles formando resíduos magnéticos. Daí, deduzirmos que também a corrente mental produz eletromagnetismo.

9.5 – Corrente do pensamento
O Espírito tem uma força eterna, de propriedades inimagináveis: o pensamento! Ele é qual uma corrente que, no indivíduo desatento, tem pequena potência; mas, no homem concentrado, a energia mentocriadora cresce, formando resíduo de magnetismo que dilatará o fluxo, fazendo a energia mental alcançar o seu maior valor — seria algo assim como a elevação da voltagem no gerador elétrico, até à saturação.
Segundo os objetivos (intenção) buscados por esse pensador, a energia mental alcançará ponto máximo e se dirigirá à sua realização.

9.6 – Negação da corrente mental
A energia mental (criativa) não se expandirá se:
- não houver magnetismo residual (caso dos cérebros primitivos, das criaturas recém-promovidas ao reino hominal, ou mesmo aquelas outras, de várias vivências, muitas delas em ociosidade espiritual)
- os circuitos mentais estiverem invertidos, por egoísmo e por perturbações obsessivas a que o Espírito tenha dado azo
- houver deficiência física, causada por problemas temporários ou por desmazelo (desrespeito) do indivíduo para com o próprio corpo.

10. FLUXO MENTAL

10.1 – Partícula elétrica
Todos os elementos químicos são formados por átomos e cada átomo tem um conjunto determinado de elétrons (“número atômico”) distribuídos em torno do núcleo.
O deslocamento das partículas de um elemento cria um campo elétrico que forma ondas, segundo o número atômico desse elemento.
Os elétrons tiveram sua carga e massa medidos com precisão, sendo demonstrado que a energia se propaga em partículas infra-atômicas que promovem proporcionais pulsações eletromagnéticas.
A corrente elétrica ao circular num condutor (como uma “bola de eletricidade”) gera calor, campo magnético ao redor desse condutor, produz luz e resulta em ação química. Detalhes dessa circulação:
- o calor acontece pelas colisões dos elétrons livres, em translação sobre si mesmos
- o campo magnético é criado a partir do deslocamento das partículas
- a luz é produzida pela corrente elétrica do condutor
- a ação química decorre de determinadas soluções.

10.2 – Partícula mental
A consciência administra emoções e desejos íntimos do Espírito, formulados pela mente e que circulam em partículas pela corrente mental, produzindo irradiações eletromagnéticas. Esse processo guarda alguma semelhança com o trânsito das partículas elétricas (texto do item anterior).
A expansão das partículas mentais varia em razão do estado mental de quem as emite. De novo: essa expansão palidamente se assemelha à chama, que iluminará à sua volta em intensidade proporcional à energia nela empregada.

10.3 – Corrente mental sub-humana
O Autor presta-nos fantástica informação: são encontradas correntes mentais (das bem elementares às mais complexas) nos reinos inferiores da Natureza: no mineral (!), nos vegetais, nos animais mais simples e nos animais superiores (aqueles já candidatos à promoção na produção do pensamento contínuo).
Tais correntes mentais não passam de impulsos constantes de sustentação da vida primária dos seres sub-humanos. Cumpre destacar que nos animais superiores os impulsos mentais já deflagram percepções avançadas.

10.4 – Função dos agentes mentais
Da sua criação à chegada ao reino hominal o Princípio Inteligente (P.I.) foi sendo sustentado e amparados por Espíritos Siderais, os quais, a pouco e pouco equiparam-no com automatismos biológicos múltiplos. Esses automatismos se expressam por impulsos mentais incessantes (ondas eletromagnéticas), com ação no cérebro, pondo em ligação (sinapses) os impulsos nervosos que então passam de um a outro neurônio.
Todas essas operações contam com a ação de milhões e milhões de células que se interligam eletromagneticamente à dinâmica daqueles automatismos. Disso decorre o equilíbrio orgânico, pois essas células, em conjunto, são micro-usinas que, sob estímulos coordenados, produzem e distribuem subsídios químicos para todo o corpo físico.

10.5 – Corrente mental humana
No cérebro humano, de maior complexidade, que não age apenas fisiologicamente, iremos encontrar as correntes mentais que alicerçam a evolução da alma, formulando ações concebidas pelo pensamento contínuo, a se caracterizarem por co-criação, de alguma forma colaborando com a incomparável obra da Criação Suprema — Deus.
É assim que o indivíduo, pela criatividade e projetos nobres ascende a planos espirituais mais altos.
A corrente mental visita todas as células do corpo humano, em vibrações ondulares adequadas a cada província orgânica, em particular.
Faz mais essa abençoada corrente: tem ação vitalizante na alma e por conseqüência em todas as articulações, órgãos e núcleos glandulares endócrinos, possibilitando ao Espírito extrair recursos e sustentação para emitir seus pensamentos, bem como para recolher e decifrar pensamentos dos outros.

10.6 – Campo da aura
O Espírito, tanto do homem encarnado quanto desencarnado, expressa respectivamente, ao redor do corpo físico ou do perispírito, as radiações correspondentes ao seu nível evolutivo. Essa irradiação envolve a criatura em uma túnica (aura) de forças eletromagnéticas e apresenta-se mais ou menos condensada, expondo “essências e imagens do mundo íntimo” do ser.
NOTA: Talvez possamos conjeturar que a aura, assim, é um verdadeiro documento de identidade do Espírito, quanto à sua condição moral.
A aura se expande e segundo sua energia condensada poderá alcançar espaços distantes de onde está a alma (ser encarnado) ou o Espírito (ser desencarnado).
NOTA: Kardec, pedagogicamente, recomenda a denominação “alma” para designar o ser encarnado e “Espírito”, o desencarnado.
Nesse alongamento, a aura influenciará os que com ela tenham afinidade, mas também assimilará injunções dos que com ela simpatizam.
Assim como a luz diminui de intensidade com o afastamento do fulcro gerador, a aura também perde poder de influenciar, segundo a distância a que se expanda.

11. ONDA MENTAL

11.1 – Onda hertziana
As correntes atômicas que geram forças corpusculares na Terra dão-nos idéia clara de como o pensamento (radiação mental) utiliza substância mental para presidir, em ondas de várias freqüências, a todos os fenômenos do Espírito.
Com efeito, o pensamento utiliza o cérebro para emitir suas criações e receber as dos outros, assim como as ondas eletromagnéticas (ondas hertzianas) se expressam, quanto ao comprimento, em ondas largas médias ou curtas.

11.2 – Pensamento e televisão
A televisão funciona por feixes eletrônicos, bem controlados: a aparelhagem utilizada capta, transforma, irradia e transmite imagens e sons, simultaneamente.
Assim também, de cérebro a cérebro, o pensamento (formulado em ondas) transmite e recebe ondas. Ao pensar, o Espírito cria a respectiva forma-pensamento que é arrojada do íntimo para o exterior e será assimilada por quem sintonizar com ela. A recíproca é verdadeira: o que os outros pensam pode ser captado e aceito por nós. Esse mecanismo é semelhante à ação do hipnotizador sobre o hipnotizado.
(A seguir, neste item, o Autor espiritual detalha o funcionamento da televisão).

11.3 – Células e peças
A televisão, a sua aparelhagem e o respectivo funcionamento constituem, inegavelmente, um prodígio da eletrônica. Mas o cérebro humano... ah! é fantasticamente superior em organização e capacidade!
Na emissão e recepção de “estímulos, imagens, vozes, cores, palavras e sinais múltiplos”, o cérebro utiliza caminhos que levam e caminhos que trazem tudo isso, simultaneamente.
A televisão necessita de implementos específicos para captação das imagens e sons, os quais, para serem transmitidos exigem outra coleção de implementos.
É por isso que é pobre a comparação da TV com o cérebro humano, já que este é, ao mesmo tempo, transmissor e receptor, não só de imagens, sons, cores, vozes, estímulos, mas também e ainda de formas-pensamento.

11.4 – Alavanca da vontade
O pensamento de toda criatura se expressa por oscilações mentais, as quais combinam por simpatia-sintonia com o pensamento de outras criaturas. Isso é válido para encarnados e desencarnados.
O fluxo energético de cada indivíduo define-lhe a personalidade, de forma inconfundível. É assim que o bem ou o mal que cada Espírito traz encerrados em si mesmo são-lhe identificador indubitável.
Milênios e milênios de experiências levam o Espírito a desenvolver e equipar-se da alavanca da vontade, com a qual, por largas faixas, do primitivismo a um determinado nível evolutivo impera o instinto de conservação e idéias fixas na sua sobrevivência.

11.5 – Vontade e aperfeiçoamento
O homem, nos primórdios, com memória e imaginação ainda bem limitadas, não exerce a vontade de aprender a decidir. Evoluir, para ele, é difícil. Mesmo agregando-se a semelhantes, a egolatria nele fala alto. A Lei Divina do Progresso, no entanto, inexorável, em últimas instâncias recorre à pedagogia da dor — a “dor-evolução” .
Prazer individual e domínio — vontades exercidas por incontáveis existências — vão paulatinamente sendo substituídas pelas vontades de aperfeiçoamento e ajuda ao semelhante.

11.6 – Ciclotron da vontade
(Ciclotron: acelerador circular de partículas)
O homem sempre dirige seus pensamentos aos Espíritos elevados e nesse patamar evolutivo dispõe de mecanismos mentais para impedir a ação de idéias contrárias. Esses mesmos mecanismos ajudam o indivíduo a unir, às suas, as ondas simpáticas dos outros. Mas, a Lei Divina da responsabilidade (ação e reação) é invariável: projetos nobres, ou infelizes, são criações mentais e deles advirão, respectivamente, liberdade ou prisão, conhecimento ou ignorância, maiores bens ou deficiência no próprio destino.

12. REFLEXO CONDICIONADO

12.1 – Importância da reflexão
Pela reflexão o Espírito (encarnado ou desencarnado) faz com que sua mente crie poderosas energias mento-eletromagnéticas, a se exteriorizarem em corrente psíquica de potencial e qualidade inconfundíveis, quanto à fonte geratriz: ele mesmo.
Cada um de nós gera força criativa que expressa nossa personalidade em ondas próprias, as quais influenciam pessoas que com elas se afinizam, ao tempo que recolheremos também as ondas similares criadas pelos outros.
Esse mecanismo ocorre em função da sintonia, afinidade, simpatia.

12.2 – Tipos de reflexos
Muitos são os reflexos do ser: congênitos ou incondicionados (chamados de protetores, alimentares, posturais e sexuais). Cada um desses reflexos se manifesta por via própria, de cada espécie, sem intervenção da vontade. Nada objeta considerar tais reflexos como os automatismos biológicos implantados pelos Engenheiros Siderais da Vida, em cada indivíduo, a partir dos primórdios do Princípio Inteligente.
Outros reflexos, no entanto, podem ser adquiridos, isto é, com base nos reflexos incondicionados outros se lhes acoplam.

12.3 – Experiência de Pavlov
Exemplo clássico de reflexo condicionado, com manifestações da atividade nervosa superior, foi demonstrado Ivan Petrovitch Pavlov, fisiologista e psicólogo soviético (1849-1936), prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina, de 1904. Com efeito, utilizando cães, separados desde o nascimento da mãe, o cientista condicionou esses animais a se alimentarem de leite, artificialmente e eles só demonstraram possuir o reflexo patelar (aquele, da famosa pancadinha na patela — osso do joelho) e o reflexo córneo-palpebral. À vista de carne, que é alimento tradicional de cães, os animais não reagiram com salivação, o que só viria a acontecer, daí em diante, depois que a carne lhes fosse colocada na boca.
Assim, os cães passaram a demonstrar mais um reflexo, aos que já possuíam.

12.4 – Reflexos psíquicos
Vimos que há possibilidades de modificar alguns hábitos naturais dos animais, isto é, um cão em processo evolutivo pode deixar de “preferir carne”, o que é longa tradição na espécie. A alimentação, que é um reflexo incondicionado, pode, dessa forma, sofrer alteração e se sobrepor a impressões ancestrais. Isso, em todos os seres vivos.
No caso humano, se aplicarmos o mesmo princípio dos reflexos condicionados aos reflexos psíquicos, atestamos que a razão e o livre-arbítrio, postos a serviço da nossa evolução, constituem fontes inesgotáveis de discernimento, para nossa escolha.
Os reflexos condicionados mentais emitidos por uma pessoa trazem, em si mesmos, o mecanismo da emissão dos temas afins daquela mente, que se exteriorizam, impressionam outras pessoas e voltam à origem, acrescidos das criações mentais dessas mesmas pessoas.
Tais os processos inconscientes da conjugação mediúnica, incipiente de início, para a plenitude, após a sedimentação mental de tais reflexos.

12.5 – Agentes de indução
A auto-sugestão é poderosa ferramenta para a aquisição de hábitos, comportamentos, criação de idéias. Uma vez que o homem raciocina, torna-se responsável pelo que sua mente exteriorize e pelas conseqüências disso, muitas das quais não consegue aquilatar. Essas formas-pensamento que lançamos na psicosfera fazem-se indutivas, fraca ou fortemente sobre outras pessoas, segundo a idéia seja mais ou menos fixa.
É assim que todos os homens se interligam pelo pensamento, automaticamente(!)
Muita vigilância impõem os agentes de indução, quais sejam a conversação, a leitura de uma ou outra obra, a contemplação de um quadro, visitas (feitas ou recebidas), conselhos, opiniões. Todas essas atividades criam vida — vida mental —, cuja energia influenciará outrem. Do que elas resultarem, o emitente será invariavelmente o responsável.

12.6 – Uso do discernimento
Estar revestido com o corpo físico não impede a ninguém de pensar, no bem ou no mal. O livre-arbítrio de cada Espírito deve se pautar no discernimento, na constante preocupação em não ferir ao próximo. A existência terrena e mais ainda a vivência espiritual são conjugadas a correntes eletrônicas e correntes mentais, por todos os lados. Estreita e permanente ligação com Espíritos nobres (pela prece, por atitudes elevadas, por leituras esclarecedoras) são atitudes das mais recomendáveis, para que estejamos sempre nos policiando, quanto aos pensamentos, às escolhas, às ações.
Eles se aproximarão de nós e certamente nos sustentarão nas horas difíceis.

13. FENÔMENO HIPNÓTICO INDISCRIMINADO

13.1 – Hipnotismo vulgar
Hipnotismo a título de espetáculo se vale de propriedade do reflexo condicionado, vez que o hipnotizador, geralmente em presença de público, induz a todos que concedam obediência e respeito. Nesse ponto, entrando em sintonia as vibrações dele e de alguns assistentes, estes são selecionados para a demonstração que é buscada.
Um objeto é mostrado e todos os “selecionados” devem se fixar nele...
Não tarda e de forma espontânea uma ou outra pessoa demonstra a passividade pela qual é-lhe sugerida essa ou aquela atitude, nem sempre digna, na maior das vezes hilária. O hipnotizado, subjugado mentalmente, cria as imagens (ou se porta) segundo as idéias sugeridas. Obedece e diverte o “respeitável público”. Triste espetáculo!
A influência mental do hipnotizador, não raro, funciona até em pessoas distantes dele, seja através do rádio ou da televisão.

13.2 – Graus de passividade
Ocorrendo a invasão mental de comando, do hipnotizador para o hipnotizado, este atenderá ao apelo alucinatório criado por si mesmo. Dependendo do grau de obediência, encontraremos hipnotizados “comuns”, letárgicos e até em catalepsia.
Hipnose e letargia, via de regra, provocam sono e na catalepsia (em alguns casos na letargia também), emancipação parcial do Espírito, com desprendimento perispiritual.
NOTA: Conjeturamos que tal sujeição pode ser danosa ao hipnotizado pelo desdobramento provocado, cujo retorno foge ao seu controle e à naturalidade.

13.3 – Idéia-tipo e reflexos individuais
Em algumas exibições de hipnotismo vulgar ele pode envolver mais de um passivo.
Ao comando “de frio”, por exemplo, os cérebros dos hipnotizados reagirão obedientemente à sensação térmica, contudo, cada um à sua moda: um abotoará o casaco (imaginário), outro erguerá a gola da camisa para aquecer o pescoço, outro gesticulará ajeitar um cachecol inexistente, outro soprará ar quente nas mãos, etc.
Tudo isso ocorre porque cada um age segundo sua “idéia-tipo” quanto ao frio.

13.4 – Aula de violino
Esses mesmos “sujets” (do francês: assunto, objeto, tema; súdito, vassalo; em Gramática: sujeito), recebendo informação que se encontram em aula de música e recebendo ordem de ensaiar o violino, gesticularão serem violinistas.
Naturalmente, os que desconhecem o assunto se portarão de modo grotesco e se eventualmente houver quem de fato seja violinista, este executará gestos adequados.

13.5 – Hipnose e telementação
Em alguns casos o hipnotizado poderá substituir parcialmente sua personalidade e representar a de outrem: um cantor famoso, um político, um artista, etc.
Tanto mais expressiva será a manifestação quanto o hipnotizado conheça a personagem que está imitando. Por exemplo: recebendo comando para imitar um maestro, imediatamente criará uma forma-pensamento de uma batuta e de estar à frente de uma orquestra. Aí, manipulará essa batuta invisível como se material fosse...
Se a personalidade a ser “vivida” pelo “sujet” lhe é desconhecida, só com muitas informações do hipnotizador poderá evidenciar-se o transe.

13.6 – Sugestão e afinidade
Numa ligação mental mais enérgica entre hipnotizado e hipnotizador, se aquele der uma ordem para que este faça isso ou aquilo após sair do transe, isso irá de fato acontecer. Por exemplo: ao sair da hipnose oferecer um copo de água a alguém.
Contudo, se em tal circunstância o comando do hipnotizador for de ordem moral, essa ordem só será obedecida se houver afinidade profunda entre ambos e se de fato o “sujet”, em condições normais, apresenta tendência plena de agir como o hipnotizador lhe ordenou.

14. REFLEXO CONDICIONADO ESPECÍFICO

Em nota de rodapé o autor espiritual adverte que suas explanações sobre o hipnotismo são formuladas apenas para explicar mecanismos da mediunidade e não para serem praticados pelos “companheiros do Espiritismo”.

14.1 – Pródromos da hipnose
O capítulo anterior tratou da hipnose vulgar, teatral, pública.
Se o hipnotizador for um homem probo e for procurado por alguém que lhe pede ajuda para se livrar de doença nervosa, de pronto se estabelecerá contato positivo entre os dois, a partir de acolhimento simpático, carinhoso. Feita tal ligação e após palavras de ânimo, o consulente acatará de boamente o convite para responder a algumas perguntas, após ser instalado em confortável poltrona.

14.2 – Mecanismo do fenômeno hipnótico
Com o “paciente” sentado e o hipnotizador à frente dele, este situará levemente sua mão esquerda sobre a cabeça daquele e com a mão direita levemente erguida ordenará que fixe a vista nos dedos daquela mão.
Esse quadro caracteriza projeção de fluxo mental, do hipnotizador ao hipnotizando, que será captado pela glândula epífise deste. De certa forma podemos considerar que citada glândula é verdadeira antena para captação mediúnica.
Nesse ponto o hipnotizado estabelece “circuito fechado” mental sobre si mesmo, com a atenção plenamente fixada na vontade do hipnotizador.
Será então induzido a sono, mediante ordem calma que o cérebro se encarregará de obedecer, com liberação dos componentes fisiológicos adequados (aglutininas).
É hora do hipnotizador, com voz grave e calma, dirigir ordem ao “sujet” para que, ao acordar, esteja livre das perturbações nervosas. Tal ordem é bem detalhada e sempre pontilhada de informes de que “tudo está bem”.

14. 3 – Mecanismos da hipnoterapia
Ocorre no hipnotizado, nesse sono provocado, uma benéfica administração das sugestões recebidas, eis que seu veículo fisiopsicossomático as assimilará e mais: eliminará, se não todas, grande parte das inibições funcionais nele instaladas.
A ação do hipnotizador é catalisadora: desencadeia a recuperação, por reflexoterapia.
Quinze minutos mais ou menos após o hipnotizador traz o hipnotizado à vigília, já manifestando melhoras expressivas(!) e manifestando agradecimentos.
Como é fácil de deduzir, o hipnotizador apenas exerceu influência, mas a ação curativa aconteceu integralmente sob responsabilidade individual do hipnotizado.

14.4 – Objetos e reflexos específicos
O tratamento prosseguirá. No dia seguinte, já no encontro entre hipnotizado e hipnotizador, a sintonia se estabelecerá com facilidade e aquele desencadeará, inconscientemente, forças mentais auto-energizadas, como reflexo dos conselhos deste, na véspera.
Esse condicionamento é tão evidente que até mesmo um simples objeto dado de presente pelo hipnotizador ensejará com que “o paciente”, numa eventual crise e na ausência daquele, promova a autocura.
Talismãs, ou outros objetos considerados “imantados” trazem encerrados em si mesmos esse princípio, isto é, por vezes à distância do fulcro em que foram formados, agem como catalisadores parciais de cura de algum distúrbio orgânico.

14.5 – Circuito magnético e circuito mediúnico
A continuidade do envolvimento entre hipnotizado e hipnotizador carreará circuito mediúnico perfeito entre ambos. Essa hipótese de continuidade é propícia para serviços de trocas mentais, pois o magnetizado, alcançada a própria cura pelo reequilíbrio da região nervosa anteriormente afetada, essa ora se mostra em harmonia.
Instalada tal simbiose mental, alimentada diariamente pelo fluxo do hipnotizador sobre o hipnotizado, o cérebro deste passará a apoiar-se no daquele, acatando livremente suas inclinações e seus desígnios. Tão forte será essa junção que o “sujet”, sob controle do magnetizador, até se desdobrará perispiritualmente, vendo e ouvindo só o que este lhe repassar.

14.6 – Auto-magnetização
O reflexo condicionado específico estabelecido entre o hipnotizador e o hipnotizado é de tal intensidade que este poderá “cair em hipnose ou letargia, catalepsia ou sonambulismo”, mesmo que já não mais esteja contato com aquele, desde que tenha prosseguido interessado em manter ou ampliar suas conquistas espirituais.
Isso acontecerá mediante concentração profunda nas lembranças exitosas, a respeito.
Faquires (para citarmos um exemplo de desdobramento auto-induzido), separados do corpo físico entram em contato com Espíritos afins e nessa circunstância até conseguem modificar a ação orgânica dos sentidos, provocando reações inusitadas dos sentidos, por essa ou aquela ação sobre o universo celular orgânico.

15. CARGAS ELÉTRICAS E CARGAS MENTAIS

15.1 – Experiência vulgar
Referindo-se ao mecanismo do hipnotismo vulgar, sem finalidades construtivas (cap 13, desta obra), o Autor espiritual cita agora à “propagação indeterminada dos elétrons nas faixas da Natureza”. Relembra a experiência popular de se esfregar uma caneta tinteiro (estávamos em 1959... e elas ainda existiam) com um pano de lã, formando bolhas de ar nesse pano das quais se desprendem elétrons livres que irão se acumular na tal caneta, que ficará negativamente carregada. Aproximando esta caneta de fragmentos de papel (muito pobres de elétrons) tais fragmentos serão atraídos (“sugados”) para a caneta, por ação dos elétrons livres carregados positivamente.

15.2 – Máquina eletrostática
Máquinas eletrostáticas que possibilitam experiências primárias de eletricidade operam nessa mesma propriedade daquela com a caneta-tinteiro. Discos de ebonite, em movimento rotatório, “esfarelam” as bolhas de ar existentes entre eles, liberando os elétrons quase soltos. Esses elétrons, por ação de escovas, são arremessados às esferas metálicas, acumulando-se até soltar faíscas.

Máquina eletrostática

NOTA: Máquinas eletrostáticas são geradores mecânicos de eletricidade em alta tensão. As máquinas de atrito foram as primeiras formas desenvolvidas para a geração de eletricidade em quantidade significante, e praticamente toda a pesquisa inicial sobre eletricidade, nos séculos XVII e XVIII foi desenvolvida com nada mais sofisticado que estes curiosos dispositivos como fonte de energia. Atualmente (princípio do século XXI), estas máquinas são muito pouco conhecidas, com muito de sua história esquecida.

15.3 – Nas camadas atmosféricas
Elétrons livres, em camadas, estão em toda parte.
Nos dias de calor o ar aquecido remete às camadas atmosféricas mais altas o produto da evaporação (conjunto de átomos), que formam gotas nas zonas de altitude fria. Tais gotas, pelo peso, despencam. São as abençoadas chuvas!
Nessa queda, gotas há que encontrando correntes de ar quente se evaporam e liberam elétrons livres fracamente aderidos a elas (às gotas). Dessa formidável atividade — subida em turbilhões de elétrons livres — resulta a formação de nuvens, eletricamente carregadas. Naquelas alturas, essas nuvens, sobrecarregando-se de eletricidade, atingem tensão a milhões de volts. Os (benditos) elétrons, em massa, saltam então para fora das nuvens (indo para outras nuvens ou para a terra). Aí, teremos relâmpagos, trovoadas e aguaceiros.
As famosas explosões solares, que ocorrem a cada onze anos, liberam cargas imensas de elétrons que alcançam a Terra, quando esta se posiciona na direção das citadas explosões eletrônicas. Daí surgem perturbações no campo terrestre (inclusive provocando alterações em todos os sistemas de comunicação).
Essas ocorrências solares desarticulam igualmente as válvulas microscópicas do cérebro humano...

15.4 – Correntes de elétrons mentais
Por analogia elementar temos que as correntes de elétrons mentais igualmente vagueiam por toda a parte indo se agregar nos Espíritos, segundo a lei da sintonia mental. Uma leitura de página qualquer, consulta a este ou àquele livro, eventual conversação, interesse fixado nisso ou aquilo — são fatores pré-disponentes a nos ligar a mentes encarnadas ou desencarnadas — superiores ou inferiores —, que trilhem nessa estrada do pensamento.
Dessas junções teremos “faíscas”, algo semelhantes às das máquinas eletrostáticas.
Assim como a atmosfera terrestre espelha o que vai pelo planeta, igualmente nossa aura estampará o que vai pelo nosso Espírito: pensamentos, tendências e ações.

15.5 – Correntes mentais construtivas
A Natureza age continuamente com harmonia de suas energias. E nós, igualmente, para vivenciarmos esse patamar precisamos ter segurança naquilo que fazemos.
Da nobreza de sentimentos e ações resultará essa segurança.
O poder mental do homem bom é quantificado na razão direta das cargas magnéticas liberadas por sua consciência, na vivência e no labor do bem, possibilitando-lhe grandeza no exercício da sua vocação ou aptidão.
Pesquisador, professor, artista, escritor, trabalhador no lar, assistente social, trabalhador rural, administrador, comerciário, industrial, tratador de animais, desportista — enfim, nas diversas atividades em que se encontra — cada Espírito é convocado pela Lei Divina do Progresso a servir ao bem.
Resumindo: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, como proclamou e exemplificou o inesquecível Mestre.

15.6 – Correntes mentais destrutivas
Aparentes “conflitos atmosféricos” entre nuvens pacíficas e condições climáticas desencadeiam as tempestades. Mas na Natureza não há conflito algum, pois sábias são as Leis de Deus e, no caso, a inteligência do homem capacita-o a precaver-se.
Já a alma humana que se sobrecarrega de tensão negativa, do que resulta profundo desequilíbrio para si mesmo e à sua volta, certamente estará negativamente energizada por outras almas no mesmo diapasão mental desequilibrado.
Assim são gerados delitos. E alienações. E processos obsessivos...
Identificado clima mental propício a “tempestades na sua existência” urge ao Espírito dissipar o mais rápido possível tais cargas magnéticas destrutivas: no trabalho digno, na oração, na aproximação com o Evangelho de Jesus — auto-reforma, enfim.
As ondas mentais negativas emitidas por almas afins, encarnadas ou desencarnadas, se aglomeram e respondem, senão por todas, pela maioria das obsessões observadas na face da Terra, de que dão testemunho os multiplicados sofrimentos humanos.

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